terça-feira, 9 de agosto de 2011

PARA CAROLINE

Veja filha o que encontrei no meu baú de saudades! Espero que você retome teu jeito especial de escrever. O escrito de 1995 está inserido na edição do IV Festival de Poesia do Colégio Realengo. Vale lembrar que você deixou três poemas de legado. Transcrevo na íntegra uma dessas jóias:

"GAFANHOTO HUMANO

Como por encanto
o homem aparece
E vai num gesto muito louco
destruindo, sem pena, sem limite,
Frio, cruel, desalmado...

Agride a natureza sem dó,
Numa ação, sem juízo,
Páre! abaixe o machado!
Desligue a moto-serra!
Não vê que a mãe natureza geme de dor?

Aos poucos
Perdemos as grandes matas,
Secaram-se as lindas cascatas,
Desapareceram jóias da fauna,
Nossos rios foram covardemente envenenados.

A natureza pede ajude, respeito...
Chega de fumaça,
De inúmeras clareiras,
Chega de caminhar por tocos queimados
Caídos sem vida no chão.

Pobre gafanhoto humano,
Não liga pro eu próprio destino,
Vive um mundo de ilusões,
E esquece que morrerá com a natureza
Que ele mesmo destruiu!!!