domingo, 11 de abril de 2010

Minha participação no Fórum da EJA na Plataforma CEDERJ

Encontrei neste espaço uma forma de expressar minha satisfação em estar trocando experiências com outros colegas do Curso de Licenciatura em Pedagogia, na disciplina de EJA, sob a batuta do Professor Antônio, a quem manifesto meu respeito e consideração. Esta postagem complementa a apresentação sobre Andragogia, pois esboça minha concepção sobre a Educação Pública de qualidade para todos,logo a EJA deve ser contemplada.

"Minha experiência não é exatamente em EJA, mas com grupos de pais/responsáveis que participavam de oficinas temáticas para redução da violência e consumo de drogas por adolescentes e crianças em Escolas da Rede Oficial de Ensino, onde o Programa que eu coordenava era implantado. Considero que a experiência tenha sido válida, pois me fez ver a diferença que se revela entre a prática docente com crianças e com adultos, permitindo estabelecer um comparativo de ações e estratégias que deveriam ser adotadas nessas oficinas para adultos em sala de aula. Durante o tempo que atuei com esse público, múltiplas vivências subsidiaram meu entendimento e, hoje, posso afirmar que a andragogia mais que uma ciência é uma arte; a arte de saber ouvir e muitas vezes saber ouvir o que é dito apenas pela expressão corporal, por um olhar e/ou por uma atitude nem sempre amistosa. Por isso, o Educador em EJA precisa conquistar seu público-alvo e buscar conhecer a história de vida de cada um daqueles que ousou voltar aos bancos escolares (isto porque muitas vezes para que essa volta aconteça, muitos desafios precisam ser vencidos, muitos obstáculos e preconceitos precisam ser quebrados), precisa aceitar as diferenças e respeitar a individualidade e tempo de cada aluno.

Da minha pequena experiência com adultos, em sala de aula, pude inferir algumas conclusões que, hoje, me possibilitam responder aos quesitos formulados no Fórum, podendo mencionar:

1º - Prática aproveitável: estabelecer com os alunos um contrato de convivência, onde cooperativamente as regras do “jogo” fiquem claras para todos. Assim, o grupo fica comprometido e, no caso, de algum aluno romper com os combinados será o próprio grupo que cobrará dele a mudança de postura.

2º - Prática reprovável: Tratar adultos como se fossem crianças, utilizando as mesmas estratégias, materiais e recursos pedagógicos pouco atraentes para os mesmos. Importante citar, também, que outra prática reprovável consiste no fato de um Educador não ter sensibilidade e causar constrangimento ao determinar que um aluno leia em voz alta para toda classe.

3º - Perda de tempo: Chamar a atenção de um adulto na presença de outros causando desconforto e /ou tratá-lo da mesma forma autoritária que muitos educadores tratam as crianças em sala de aula, por exemplo, não entender que o corpo do adulto apresenta necessidades diferentes das crianças, sua fisiologia difere da criança, logo é perder tempo tentar manter um aluno adulto na mesmice, sentado em silêncio, não permitir que se levante ou vá ao banheiro etc.

4º - Experiências exitosas: Utilização de técnicas de facilitação no processo para a aprendizagem significativa, por exemplo, promover a troca de experiências entre o grupo através de uma dinâmica denominada “discussão circular”, essa técnica permitirá que os alunos indiquem um tema para a discussão, contextualizado e do interesse de todos, o educador agirá como moderador e registrará os pontos importantes da discussão para posteriormente escrevê-los; uma outra experiência legitimada é a leitura feita pelo educador de uma manchete de jornal que trate de assunto de interesse coletivo, solicitando as opiniões de cada aluno, fazendo uma síntese das principais idéias no quadro (tempestade de idéias). Enfim, usar técnicas que mobilizem e estimulem os alunos a ampliarem a visão de mundo.

5º - Conceitos e valores explicitados nestas práticas: O cotidiano do educador da EJA permitirá, certamente, a formação de sólidos valores como solidariedade, cooperação, mudanças comportamentais, ao mesmo tempo em que fomentará a auto-estima dos alunos que guardará relação com sua própria forma de se ver no mundo, pois a construção de melhor qualidade de vida para jovens e adultos que retornam seus estudos é, sem dúvida, uma prática que faz do Educador da EJA um agente transformador das múltiplas realidades sociais.

Por fim, quero parabenizar o Professor Antônio pela iniciativa de ir além de um fórum acadêmico e os colegas por já terem compartilhado suas vivências. Espero também ter contribuído.

Bjs, Tania Loos - Pólo Maracanã"

Andragogia 2010

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