domingo, 17 de outubro de 2010

A PERPETUAÇÃO DO ESTIGMA - DISCURSO E PODER

Sempre que me deparo com situações midiáticas grotescas reporto-me ao livro “Discurso e Poder” cuja leitura tem subsidiado minhas construções sobre o Poder Dominante, suas implicações no cotidiano de todos nós. Não sei se foi pura coincidência ou se minha leitura de hoje seria o mote para que agora possa tecer a crítica ao título da matéria veiculada no Jornal EXTRA (17OUT2010).
Teun A. vanDijk ao abordar o RACISMO é esclarecedor quanto suas raízes, contextualização e perpetuação na sociedade. Sob o título “NOTÍCIAS JORNALÍSTICAS” o autor traz à tona a questão do preconceito e do racismo inspirada na mídia. O fragmento do texto servirá à reflexão que aqui proponho:

"As conversações do dia-a-dia são a manifestação natural do racismo popular cotidiano. Uma vez que não tem controle ativo sobre o discurso público da elite, as pessoas comuns freqüentemente não têm mais para “dizer” ou “fazer” contra os Outros do que falar negativamente para Eles e sobre Eles. É claro que, desse modo, os estereótipos e preconceitos étnicos, bem como os boatos, podem se espalhar rapidamente. (...)
As notícias na imprensa, por exemplo, têm uma estrutura esquemática convencional, consistindo de categorias como sumário (título + lead), eventos principais, background (eventos prévios, contexto, história), comentários e avaliação. Assim, podemos focar nos títulos e ver se esses sumários típicos das notícias são diferentes para as minorias quando comparados com as notícias que tratam membros de grupos dominantes. Seguindo o quadrado ideológico geral, podemos, por exemplo, assumir que os títulos das notícias tendem a enfatizar as características negativas das minorias."
Fonte: DISCURSO E PODER - Teun A. vanDijk (2008)

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